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Importância da inclusão de efeitos maternos na estimativa de parâmetros genéticos

Autoras do artigo:

1) Priscilla Regina Tamioso – Curitiba/Paraná. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná – UFPR.
2) Laila Talarico Dias – Curitiba/Paraná. Profa. Adjunta do Depto de Zootecnia da UFPR.

Características de crescimento têm sido amplamente estudadas e usadas como critérios de seleção em programas de melhoramento genético, visto que apresentam coeficientes de herdabilidade variando de moderados a altos, e, assim, são passíveis de seleção direta. Com a finalidade de otimizar o ganho genético das mesmas, é fundamental o conhecimento dos componentes que as influenciam e a estimação da contribuição de cada efeito sobre o desempenho total do animal. Em outras palavras, é necessário particionar os efeitos genéticos diretos, ou seja, o potencial genético do próprio indivíduo, os efeitos genéticos maternos (por exemplo, a habilidade materna) e de ambiente permanente materno que agem sobre estas características.

Alguns autores reportam que os efeitos maternos são tão importantes sobre o crescimento de ovinos que a maior parte da variação do peso é atribuída a estes efeitos (SAFARI et al. 2005; RASHIDI et al. 2008), portanto devem ser incluídos nos modelos genéticos (MEYER, 1992). A definição do modelo estatístico mais adequado para determinação de parâmetros genéticos, como a herdabilidade, é de grande importância, pois, além de permitir a estimativa mais acurada dos efeitos que agem sobre determinadas características, é possível decidir também qual ou quais delas poderão ser usadas como critério de seleção. É válido ressaltar que, por considerar os dados do próprio animal e de seus parentes, em uma única análise, o modelo animal possibilita realizar a avaliação do indivíduo e de outros relacionados a ele (LÔBO, 2004).

Além disso, a inclusão dos efeitos genéticos maternos nos modelos genéticos é essencial quando o objetivo é estudar características de crescimento mesmo após à desmama, visto que a influência materna pode se prolongar em idades mais avançadas. Dessa maneira, se os efeitos maternos estão presentes, mas não forem considerados, as estimativas de herdabilidade tornam-se viciadas e inflacionadas, isto é, a variabilidade atribuída aos efeitos genéticos aditivos diretos (do próprio indivíduo) na realidade é devido aos efeitos maternos. Consequentemente, a eficiência da seleção torna-se reduzida.

Portanto, é evidente a importância da inclusão dos efeitos maternos nos modelos para melhor estimar parâmetros genéticos para características de crescimento, mesmo em períodos pós-desmama, indicando, assim, maior possibilidade de sucesso na seleção.

Referências bibliográficas

LÔBO, R.N.B. Metodologias aplicadas na estimativa de parâmetros genéticos e avaliações genéticas de caprinos e ovinos. IV Semana da Caprinocultura e Ovinocultura Brasileiras. Anais… Embrapa Caprinos, Sobral, 2004.

MEYER, K., 1992. Variance components due to direct and maternal effects for growth traits of Australian beef cattle. Livestock Production Science 31, 179–204.

RASHIDI, A., MOKHTARI, M.S., SAFI JAHANSHAHI, A., MOHAMMAD ABADI, M.R., 2008. Genetic parameter estimates of pre-weaning growth traits in Kermani sheep. Small Ruminant Research 74, 165–171.
SAFARI, E., FOGARTY, N.M., GILMOUR, A.R., 2005. A review of genetic parameter estimates for wool, growth, meat and reproduction traits in sheep. Livestock Production Science 92, 271–289.

Fonte: Farmpoint

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