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Na Nova Zelândia, a AgResearch está prestes a iniciar um ensaio clínico para testar os benefícios do leite de ovelha para a digestão humana. O estudo, que reunirá cientistas da AgResearch trabalhando ao lado do Instituto Liggins, com o apoio da Spring Sheep Milk Co. e da Blue River Dairy, chega em um momento de rápido crescimento para a indústria de ovinos leiteiros na Nova Zelândia.
De acordo com a AgResearch, o leite de ovelha pode oferecer vantagens para algumas pessoas que sofrem de problemas digestivos com o leite, em termos de digestão mais fácil e melhor nutrição. A cientista sênior da instituição, Linda Samuelsson, disse: “com base na literatura que vimos, não houve antes nenhum ensaio clínico humano como este, de medir a digestibilidade do leite de ovelha. Vamos trabalhar com pessoas que dizem ter dificuldade em digerir leite. Eles serão solicitados a consumir uma quantia específica, e veremos como eles se sentem depois de beber e medir sua digestão usando testes de sangue e respiração”.
Estudos sobre leite de ovelha
A Spring Sheep Milk Co. é uma empresa de saúde e nutrição de leite de ovelha que cria produtos de marca com leite de ovelha da Nova Zelândia produzido a pasto. A empresa é uma parceria entre a empresa estatal Landcorp e a empresa de vendas e marketing SLC Group.
Andrea Wilkins, diretora de marketing e inovação da Spring Sheep Milk Co., disse que um estudo recente comparou a digestibilidade proteica de leite de ovinos e de vaca – com resultados sugerindo que as proteínas do leite de ovelha são mais facilmente digeridas e são uma fonte melhor de aminoácidos essenciais. “Nós passamos os últimos anos pesquisando e desenvolvendo uma base de conhecimento, então, agora estamos bem armados com os principais aprendizados sobre o que nosso consumidor está procurando e como melhor atenderemos a essas necessidades. A digestibilidade é apenas uma das coisas que acreditamos que diferencia o leite de ovelha de outros leites, por isso estamos entusiasmados por fazer parte deste ensaio e no que isso pode significar para a indústria em crescimento”.
Segundo ela, levando em conta a pesquisa realizada até agora, juntamente com os comentários recebidos dos consumidores, é perceptível que o leite de ovelha pode ser uma boa opção para quem é sensível ao leite de vaca. “Então, estamos muito empolgados com o que esse teste clínico significa para nós e para a indústria de leite de ovelha da Nova Zelândia como um todo”, analisou.
Diferenças do leite de ovelha
O pesquisador do Instituto Liggins, Amber Milan, defendeu que o leite de ovelha é muito diferente do leite de vaca. “Sabemos que tem mais nutrientes por copo: mais proteína, gordura, vitaminas e minerais. Por exemplo, o leite de ovelha tem quase o dobro do nível de cálcio e zinco, quando comparado ao leite de vaca. Existem também diferenças nos tipos de proteína e gordura, que achamos que irão alterar as propriedades digestivas do leite de ovelha”, continuou Milan.
O leite de ovelha se diferencia dos outros leites de várias maneiras. Com tipicamente duas vezes o conteúdo de sólidos do leite de vaca, ele fornece duas vezes mais proteína e até 60% mais cálcio. Também é rico em magnésio, vitaminas do complexo B, vitaminas A e E, e tem todos os nove aminoácidos essenciais. O leite de ovelha também é um leite do tipo A2, que não contém a versão A1 da caseína beta que está ligada a alguns problemas digestivos.
“Nós pensamos que ser A2 é apenas parte da razão pela qual o leite de ovelha é mais fácil de digerir para muitas pessoas. Suspeitamos que há vários fatores em jogo e o estudo clínico foi planejado para ajudar a descobrir isso”, segundo Wilkins. Alguns leites de vaca também podem ser exclusivamente leite A2, e o leite de vaca A2 teve um crescimento nas vendas globais graças a empresas como a a2 Milk Company.
Resultados no próximo ano
Samuelsson acrescentou que os resultados do estudo devem estar disponíveis no início do próximo ano. “O objetivo é fornecer informações para os consumidores que podem lutar com sua digestão, e fornecer evidências sólidas dos benefícios do leite de ovelha para apoiar as exportações da Nova Zelândia”, contou ele.
Wilkins disse que enquanto a composição do leite e o sabor não são incluídos neste estudo, “tem havido outros grandes trabalhos que examinam o perfil nutricional e o sabor únicos do leite de ovelha, por isso esperamos que este estudo ajude a reforçar a proposta de digestibilidade do leite de ovelha”.
Exportações crescentes
A Nova Zelândia tem mais de 20.000 ovelhas para ordenha e 16 produtores diferentes. Novos investimentos estão sendo direcionados para o processamento e fornecimento de leite para os mercados estrangeiros.
A Spring Sheep atualmente exporta para Taiwan, Malásia e Vietnã um produto probiótico, chamado calcium chews, e planeja lançar em breve alimentos nutricionais para a primeira infância, incluindo sua própria fórmula infantil.
O CEO da empresa, Scottie Chapman, contou que a empresa deliberadamente evitou entrar em mercados maiores até agora. “Agora estamos em uma posição privilegiada, fato que nos permite estar mais engajados com a China e a Coreia. Estamos bem posicionados para ser um dos poucos participantes no espaço avançado de nutrição de leite de ovelha de alto crescimento, o que é incrivelmente excitante para nós”.
Juntamente com o Ministério das Indústrias Primárias da Nova Zelândia, a Spring Sheep Milk Co. também está trabalhando para desenvolver uma indústria de laticínios social, econômica e ambientalmente sustentável. O programa de Parceria para o Crescimento Primário de NZ$ 32 milhões (US$ 21,75 milhões) terá o desenvolvimento de um sistema agrícola e um programa genético, além de desenvolver e compartilhar conhecimento e insights para o setor.
Em 25/07/18 – 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,67999
1,47060 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: portal Oanda)
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.