ORIGEM– A raça Texel é originária da ilha de mesmo nome, na Holanda, cujo solo é em sua maioria arenoso, sendo em parte acima e em parte abaixo do nível do mar (polder).

A vegetação era muito pobre e os antigos ovinos aí existentes eram de pouco desenvolvimento, tardios, pequenos, não eram prolíferos, de velo leve e lã de mediana qualidade, entretanto a sua carne era magra e saborosa. Em fins do século XIX e início do século XX a ovinocultura da ilha começou a sofrer modificações. Graças ao emprêgo cada vez maior de adubação nos solos da ilha, o que veio a proporcionar melhores pastagens, a alimentação dos ovinos melhorou muito.

Por esta mesma época os criadores passaram a cruzar as antigas ovelhas locais com carneiros de raças inglesas. Segundo a tradição oral da região, provavelmente foram utilizados reprodutores Leicester, Border Leicester e Lincoln, sendo que também é provável que tenham feito algum uso de carneiros Southdow, Hampshire e Wensleydale. Entretanto, de todas as raças utilizadas, parece que a Lincoln é a que mais influenciou na formação do Texel. Depois de certo tempo de experiência de cruzamentos, os criadores voltaram a utilizar os reprodutores puros da antiga raça da ilha. Graças ao melhoramento da alimentação e mais especialmente ao trabalho bem orientado de um grupo de ovinocultores, que entre outros procedimentos empregaram um bem adequado método de seleção, surgiu na ilha uma nova raça Texel, tal como conhecemos atualmente.

ASPECTO GERAL
– Ovino de tamanho médio, tendendo para grande, muito compacto, com massas musculares volumosas e arredondadas, constituição robusta, evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão predominantemente carniceira. Atualmente é considerada uma raça de carne e lã, pois a par de uma carcaça de ótima qualidade e peso produz ainda apreciável quantidade de lã.

CABEÇA
– Forte, larga ao nível do crânio, completamente livre de lã, e coberta de pêlos brancos, curtos e sem brilho. O comprimento da cabeça (da ponta do nariz à nuca) deve medir aproximadamente 1,5 vezes a maior largura quando observada de lado. Arcadas orbitais salientes e olhos vivos e bem afastados. Orelhas grandes, inseridas altas, com o pavilhão voltado para a frente e as extremidades levemente projetadas para a frente e um pouco acima da linha de inserção, completamente livres de lã mas coberta de pêlos brancos, curtos e sem brilho. As mucosas nasais, pele entre as narinas, lábios e bordo das pálpebras devem ter pigmentação escura, preferencialmente preta. São admissíveis pequenas pintas nítidas de cor preta nas orelhas e pálpebras Mocha em ambos os sexos.

PESCOÇO – Curto, musculoso, arredondado, bem inserido no corpo e sem estrangulamento na sua inserção com a cabeça.

CORPO
– O corpo tem uma estrutura maciça, não muito comprido, sem no entanto dar ao animal uma aparência de petição. As paletas são carnudas e bem afastadas, terminando em uma cernelha larga. Dorso, lombo e garupa são largos e nivelados. A garupa é volumosa e bem nivelada. Os quartos são grandes, carnudos e arredondados, com entrepernas profundos e garrões bem afastados. Um dos pontos notáveis da raça é o posterior que visto por trás tem o formato de um “U” grande e invertido. A cola é bem revestida de lã, devendo ser larga e ter um comprimento que não ultrapasse o garrão.

MEMBROS – Fortes, de comprimento proporcional ao corpo, ossos de bom diâmetro e bem aprumados. A sua estrutura deve harmonizar-se com a robustez do corpo e evidenciar a sua capacidade de suportar um grande peso. Os cascos são bem conformados e pretos.

VELO
– De pouca extensão, deixando completamente sem lã a cabeça e os membros dos joelhos e garrões para baixo. Geralmente nem chega a altura dos joelhos e garrões. Cobre bem a barriga. Atinge em média 5 Kg de peso, mechas tem poucas ondulações e terminações com alguma ponta.

– O diâmetro médio das fibras de lã varia de 27 a 30 micrômetros, o que na Norma Brasileira de Classificação da Lã Suja equivale as finuras CRUZA 1 e CRUZA 2. A lã é branca com uma suarda um pouco cremosa, com rendimento ao lavado de 60%.

APTIDÕES
– Rústica e sóbria, produzindo bem no sistema extensivo e semi intensivo.
– Produz um ótima carcaça, com gordura muito reduzida.
– Precoce. Em condições de pastagens, entre os 30 e 90 dias de idade, os cordeiros machos tem ganhos de peso médio diário de 300g e as fêmeas de 275gramas. Aos 70 dias de idade machos bem formados atingem 27 Kg e as fêmeas 23 Kg.
– Prolífera, pois atinge índices de nascimento de 160%, tendo atingido na França índices de 190 até 200%.
– Os carneiros atingem pesos de 110 a 120 Kg e as fêmeas adultas 80 a 90 Kg, já tendo ultrapassado tais pesos, os carneiros tratados já atingiram 160 Kg e as ovelhas também tratadas, já atingiram mais de 100 Kg.

DEFEITOS DESCLASSIFICATÓRIOS
– Presença de chifres
– Aprumos defeituosos que prejudiquem a performance
– Constituição débil
– Manchas ou fibras pretas no velo
– Manchas pretas na região de pêlos não deve ultrapassar os 15 milímetros de diâmetro
– Velos muito grosseiros, com muitas fibras meduladas
– Malformações bucais