ORIGEM – O Corriedale originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney Marsh, Lincoln e Leicester, com a finalidade de produzirem animais com boa produção de lã de finura média, com comprimento de mecha e de carcaças de bom peso e qualidade. Em 1879, o ovinocultor James Little, em seu estabelecimento denominado “Corriedale”, na Nova Zelândia, com a finalidade de produzir um ovino de dupla aptidão, carne e lã, escolheu 4.000 ovelhas puras Merinas e as acasalou com 100 carneiros puros Lincoln. Da produção destes acasalamentos James Little selecionou 1.000 ovelhas e 20 machos, acasalou-os. Na produção assim obtida ele fez uma rigorosa seleção, apartando somente os animais cujos caracteres correspondiam plenamente a um ovino de dupla aptidão, num equilíbrio de 50% carne e 50% lã. Através de consanguinidade e seleção fixou o tipo zootécnico e racial que havia programado. Outros criadores, visando os mesmos objetivos de James Little, fizeram cruzamentos do Merino com Leicester e Border Leicester. Admite-se que o atual Corriedale, além de Merino e Lincoln, possue pequeníssima percentagem de sangue Leicester e Border Leicester. O Corriedale foi oficialmente reconhecido como raça pura em 1911 quando foi criado o Flock Boock pela “The Corriedale Sheep Society”.

ASPECTO GERAL – O ovino Corriedale tem que ter bom porte e deve dar a impressão de um animal de grande vigor e ótima constituição, que se manifesta em sua conformação, própria para a produção de carne e lã. Deve ostentar um andar ágil e de grande vitalidade, o que lhe confere uma boa capacidade de deslocamento. Sendo um ovino de duplo propósito, com um equilíbrio zootécnico orientado 50% para a produção de lã e 50% para a produção de carne, deve ser um animal muito equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um velo pesado, extenso e de boa qualidade.

CABEÇA – Ampla e forte. A do carneiro deve expressar masculinidade: larga, com fossas nasais abertas, boca forte e larga. Sem chifres em ambos os sexos, ainda que botões rudimentares despregadas da estrutura óssea devam ser considerados como defeitos mínimos. As orelhas devem ser de tamanho mediano, de boa contextura, coberta de pêlos brancos. As mucosas, a pele entre as narinas, lábios e conjuntivas, devem apresentar pigmentação escura. É desejável uma boa cobertura de lã na parte superior, mantendo uma cara limpa (livre de lã). Ainda que a desnudez ou a calvície sejam defeitos, também o é a cegueira produzida por excesso de cobertura de lã. É desejável que a cara, ao redor dos olhos e sobre a trompa, seja coberta de pêlos brancos e suaves. Manchas negras no nariz e nas orelhas são considerados defeitos de pouca importância. Manchas escuras ou azuladas na pele ao redor dos olhos e nas mucosas das fossas nasais são consideradas defeitos. Manchas marrons no pêlo ou lã, ao redor das fossas nasais, orelhas ou olhos são defeitos.

DIANTEIRO – Pescoço de comprimento médio largo e forte, formando uma boa nuca ao inserir-se na cabeça. Bem inserido no tronco sem formar depressões com as cruzes. Deve ser levantado para manter a cabeça um pouco mais alta do que a linha de lombo. É desejável que não apresente rugas no bordo inferior, mas são admissíveis se não forem numerosas e nem muito acentuadas. Paletas afastadas e preferencialmente paralelas entre si, niveladas com a linha de lombo. Peito largo, profundo e saliente para a frente, completando uma boa linha baixa, dando ao animal uma aparência maciça.

TRONCO – Deve ser comprido, apresentando uma linha superior nivelada e em continuação com as cruzes e ancas. As costelas profundas devem arquear-se para fora e levemente para cima, a partir da coluna, para logo descerem profundamente até o externo. Deve ter uma boa cobertura de carne no lombo e costelas. Não deve apresentar depressões atrás das paletas e na linha superior.

POSTERIOR – A anca deve formar um retângulo de bom comprimento e largura. Anca muito estrita, curta ou muito inclinada em relação a linha de lombo é considerada defeito grave. Um Corriedale visto por trás deve dar a impressão de um “U” invertido. Quartos separados e profundos, com pernas e entrepernas carnudas e garrões fortes e bem separados.

MEMBROS – Devem ser de comprimento moderado, com bom osso, bem aprumados, bem separados e situados perpendicularmente em relação ao corpo. A abertura das patas dianteiras e das trazeiras deve ser igual. Os ossos das paletas devem ser pesados, retos e de secção transversal oval. Ossos finos e redondos constituem grave defeito. Cascos bem conformados, de bom tamanho e cor escura (preto), embora sejam admitidas algumas raias claras.

– Velo pesado, uniforme, extenso e com carácter. Cobre bem todo o corpo, com excessão das virilhas e axilas. Mechas relativamente longas, bem constituídas, bem definidas, carnudas, densas e com ondulações pronunciadas e proporcionais a finura das fibras. Lã branca, de bom toque e bem lubrificada. A lã cobre abundantemente os membros locomotores, deixando livre os cascos e formando um garreio de boa qualidade, livre de pêlos e de manchas marrons ou pretas. O diâmetro médio das fibras de lã varia de 26,5 a 30,9 micrômetros, o que corresponde na Norma Brasileira de Classificação de Lã Suja as finuras Cruza 1 e Cruza 2, que na escala de Bradford corresponde de 56´s a 50´s. Nos machos tolera-se uma tendência a um grau mais forte, desde que a lã tenha muito bom toque. Nas fêmeas admite-se a finura PRIMA B, de 25,0 a 26,5 micrômetros, desde que tenham um bom tamanho, velo pesado e demais caracteres raciais bem definidos.

DEFEITOS – “Defeitos que devem desclassificar os reprodutores Corriedale, embora em outros atributos possam ser considerados bons exemplares”.

– Defeitos de constituição que afetam a performance
– Deformações bucais
– Excessivas depressões do lombo atrás das paletas, ou outros desvios acentuados da coluna (lordose, cifose e escoliose)
– Cascos ou patas mal conformados
– Membros e tronco muito curtos
– Presença de chifres, ou rudimentos de chifres grandes ou unidos firmemente ao osso do crânio
– Lã muito áspera, muito seca (mal lubrificada)
– Presença evidente de fibras meduladas no velo ou evidência de pelos sobressaindo nas extremidades das mechas
– Manchas marrons ou pretas, ou muitas fibras pigmentadas, em qualquer parte do velo, incluindo cabeça e garreio
– Debilidade de lã, má cobertura, no lombo, cabeça e barriga
– Finuras, tipo e ondulações muito afastados do preconizado no padrão da Raça
– Excessiva variação de finura entre as diversas regiões do velo (desuniformidade)
– Pigmentação muito pobre no focinho, muito rosado ou com pigmentação muito difusa, afastando-se muito do Padrão da Raça

“Existem ainda falhas, defeitos, que devem ser evitados, mas que não desclassificam a ovelha Corriedale”:
– Narinas muito fechadas
– Mandícula inferior muito leve
– Pequenas diferenças de pigmentação
– Andar insuficientemente desenvolto
– Cegueira por excesso de lã na cara
– Calvície, pouca cobertura de lã na nuca e topete
– Falhas de cor e constituição das orelhas
– Orelhas caídas
– Divergências menores na aplicação do “Padrão” de formas e com respeito também ao velo
– Alguns pêlos marrons, pouco numerosos, no garreio
– Cascos sem pigmentação escura
– Constituição óssea que deixa a desejar, sem que isto venha a prejudicar a produtividade do animal.